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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

V. Guimarães 1-0 Benfica

V. Guimarães-Benfica (LUSA: Hugo Delgado)
Jesus também erra. Em Guimarães, o Benfica tombou com um desenho ousado, imprudente até. O líder, que não perdia para a Liga desde Abril de 2011 e marcara sempre desde o mês seguinte, regressa do Minho com um redondo zero. O Vitória relança o campeonato (1-0).

Fraca imagem deixava no Berço. Uma equipa cansada, sem rasgo, limitada à verticalidade de Nolito e ao entusiamo inicial de Rodrigo. Prémio tremendo para um Guimarães que soube ser hostil, arrojado na primeira metade, solidário nos segundos quarenta e cinco minutos.

O F.C. Porto venceu esta noite, sem entrar em campo. Jorge Jesus antevira a deslocação mais difícil até final do campeonato. Assim foi. Margem reduzida para o Benfica, dois pontos a separar os candidatos, emoção recuperada para a reta final da competição.

Toscano agradece o espaço

O nulo arrastou-se até ao 38º minuto. O Vitória aproveitou um livre lateralizado para chegar ao golo, levantando protestos entre os visitantes. De facto, Aimar não parece carregar Paulo Sérgio em falta. Maxi talvez. Ainda assim, alargar a conversa para esse âmbito é um exercício musculado, forçado até.

Não era um lance de perigo iminente. Encerre-se a discussão. Mérito para os homens de Guimarães e falha coletiva do Benfica, permitindo o desvio de Leonel Olímpio ao segundo poste e o remate em rotação de Marcelo Toscano, à entrada da pequena área.

Rui Vitória celebrava uma vantagem conquistada a pulso. Jorge Jesus quebrara o jogo desde o apito inicial, seguindo uma receita típica do adversário, sobretudo em etapas complementares. Acabou por cair no goto do Vitória, dando espaço para as ofensivas locais.

Dividir sem reinar

Com Matic como apoio defensivo e tudo o mais virado para a frente, o Benfica moveu-se em dois blocos distintos.

A estratégia de Jesus passaria por encostar o adversário e garantir ascendente na primeira metade, evitando alguma quebra física motivada pela dura viagem à Rússia.

Não resultou.

Nolito desperdiçou uma bela oportunidade na sequência de um canto (19m) e Gaitán fez o mesmo pouco depois (25m). Contudo, as brechas defensivas potenciavam o equilíbrio.

O V. Guimarães, sem Pedro Mendes e El Adoua, reinventou-se sem prescindir do 4x2x3x1 e aproveitou a inspiração de Barrientos.

Perto do intervalo, chegou então o sétimo golo de Toscano na Liga 2011/12. Desfecho aceitável pela frieza dos números, castigo evidente para Jorge Jesus pela ousadia desmedida em busca da vitória.

A zero e sem rasgo

O Benfica chegava ao D. Afonso Henriques com o impressionante registo de 37 jogos consecutivos a marcar. Seria esse o objetivo para uma etapa complementar que se adivinharia de pressão intensa dos encarnados.

Ainda assim, Toscano teve a oportunidade de bisar, dominando a bola de forma deficiente após mais uma iniciativa de Barrientos. Na resposta, foi Nilson a salvar o Vitória de Guimarães, negando o empate a Nolito (54m).

Seria uma corrida contra o tempo. O Benfica, pressionado pelo relógio e pelo desgaste inerente à viagem da Champions, inventariava alternativas e asfixiava o rival. A formação minhota recuou em demasiada e encolheu-se, abraçado à magra vantagem.

Nolito levava a equipa nos ombros, na irreverência de cada ensaio desarticulado pelo flanco esquerdo. Nilson defendia como podia. Era pouco. Gaitán desapareceu do jogo, apenas o exemplo gritante entre outros, Jorge Jesus abria os braços mas nada fazia, provando que não está imune ao erro.

Toscano desperdiçava nova oportunidade, Yannick, Bruno César, Saviola e Nélson Oliveira aqueciam em vão, o Benfica parecia uma sombra de si mesmo, chegando à recta final cansado, sem imaginação, rendido. Jesus mexeu a sete minutos do final. Demasiado tarde. Esta noite, o maior erro foi seu.

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