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sexta-feira, 5 de abril de 2013

LE: Benfica-Newcastle, 3-1 (crónica)

  (foto ASF)

O Benfica terá sete vidas? Duas bolas aos ferros de Artur, um ponta de lança em noite-não que até marca dois penalties para só contar um, e a substituição do melhor em campo e o suplente que entra para decidir. Os encarnados resistiram a tudo e saem para St. James Park com uma vantagem razoável para chegar à 13ª meia-final europeia.

Às vezes é apenas uma questão de agressividade. Não esperar tanto o erro, mas criá-lo. Entrar mais forte, mais rápido, cortar as linhas por onde a bola pode ser passada, e sair então depois naquela velocidade em que Jesus gosta de assentar transições. Ser mais agressivo, ter o sangue a ferver lá dentro desde o início, e não esperar o acicatem, o provoquem, para então, assentes na ansiedade, terem de dar volta e meia, e não apenas a volta do costume, ao resultado.

O Newcastle não surpreendeu. Bastante linear e vertical a construir, assente em dois nomes, sobretudo: Sissoko e Cissé. Um para levar a bola até o mais perto possível do outro. Nos primeiros minutos, os ingleses travaram ainda no meio-campo encarnado as saídas dos portugueses, com boa pressão de Perch e Sissoko, «empurrados» para a frente nas costas por Marveaux, Cabaye e Gutierrez. O Benfica entregava a bola aos rivais, que procuravam depois o espaço nas costas da defesa. Tentou-o aos dois minutos, aproveitando o espaço atrás de Melgarejo, mas Cissé atirou à figura. Fez o mesmo dois minutos depois a Luisão, e foi o rápido Artur a anular o perigo.

Aos 13 minutos, os «Magpies» construíram um golo muito simples. Simpson fez o passe entre Garay ¿ primeira parte de alguma desorientação do argentino ¿ e Melgarejo, precisamente para o «carteiro» Sissoko, que cruzou simples para a frente de Artur. Cissé foi mais rápido que Luisão e assinou o golo.

Matic foi o primeiro a perceber que tinha de ser ele a pegar na bola e a furar aquela primeira barreira de pressão. Com André Gomes pouco presente, o sérvio começou a descobrir Ola John e André Almeida na direita, permitindo as primeiras vagas de ataque. Aos 23 minutos, no entanto, o Newcastle podia ter decidido a eliminatória. Jogada de Gutiérrez pela esquerda, com o argentino a cruzar para Cissé, que voltou a atacar a bola mais cedo que Garay. A sorte protegeu pela primeira vez Artur, que viu a bola encaminhar-se devagar para o poste.

Quando parecia atordoado, perdido, igualou. Matic viu a diagonal de André Almeida, que deixou no sítio certo, à entrada da área, para o pé esquerdo de Cardozo. O paraguaio rematou fortíssimo, Krul defendeu, mas Rodrigo, o melhor em campo enquanto lá esteve, acreditou que podia chegar mais rápido que Mbiwa. A agressividade do espanhol dava o empate, aos 24 minutos.
Aos 27, Krul começava a reclamar o estatuto de candidato a melhor em campo. Duas grandes defesas negaram o golo a André Gomes, primeiro, e a Ola John, na recarga. Aos 36, aguentou por instinto o contra-pé de Rodrigo. No minuto, 40, adivinhou o cabeceamento de Matic, depois de canto trabalhado por Ola John e Gaitán.

Nervos estancados, esperava-se entrada forte do Benfica. Mas seriam os encarnados a gastar mais uma vida. Contra-ataque dos ingleses, com Marveaux a assinar um passe fantástico para Cissé. O senegalês fez o chapéu redondinho e a bola acertou outra vez no ferro esquerdo.

Cardozo parecia confirmar a noite-não ao não conseguir emendar o passe mortal de Rodrigo, aos 56 minutos, mas seria o internacional sub-21 espanhol a ser castigado, com a substituição. Entrava Lima. O brasileiro entrou com a alma de sempre e, aos 66 minutos, adivinhou o atraso de Santon para Krul. 2-1. Três minutos depois, Taylor, o tal que gosta de distrair guarda-redes nos livres, distraiu-se ele mesmo e jogou a bola descaradamente com a mão. Cardozo tinha o(s) seu(s) momento(s). À segunda. E à segunda porque ninguém percebeu por que era repetido.

O 4-1 não esteve longe. Gaitán, Lima... Mas metade do trabalho está feito. Só não era preciso gastar tantas vidas.

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