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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Benfica-Sporting, 2-0 (crónica)

Benfica vs Sporting (INACIO ROSA / LUSA)

Menos uma final. O Benfica venceu o derby e, tudo somado, venceu bem. Desafiou a sorte em alguns momentos, ou melhor, confiou nos seus argumentos, acreditando que mais cedo ou mais tarde o golo apareceria. E apareceu. O Sporting dos miúdos foi adulto em quase todo o jogo, mas faltam-lhes as soluções que há do outro lado. E perdeu. Para Jesus, a contagem decrescente continua.

Bruma na direita, Martins à frente da consistência garantida, a priori, pela dupla Rinaudo-Dier. Era nos dois jovens leões que Jesualdo tinha assentado pontos de equílibrio e desequilíbrio da sua equipa, fosse na esquerda nas compensações a Gaitán e no fazer a vida negra a Melgarejo, ou no meio pressionando Matic e aproveitando algum eventual espaço deixado livre pelo sérvio. No Benfica, a insistência em Gaitán, seguindo a tendência que vem dos últimos jogos, apesar das dificuldades físicas de que Jesus se queixou antes da partida.

Ao intervalo, o resultado parecia injusto, pelo que o Sporting tinha feito até aí. Ficou com a bola, construiu ataques (enquanto Melgarejo não acertou com Bruma - Matic ajudou com aquela entrada dura - e o Benfica não fez o 1-0, momentos importantes e que se sucederam) e teve vários livres e cantos que preocuparam o Benfica. Também a defender, tinha obrigado o rival a um jogo mais direto. Culpa de Martins a bloquear Matic, mas também Rinaudo, perto de Pérez. Os encarnados pareciam limitados às transições, por Salvio. Era nesses momentos de desorganização da equipa de Jesualdo que os homens de Jesus encontravam o caminho para a baliza de Patrício.

A primeira grande oportunidade pertenceu aos leões, aos seis minutos. Garay pareceu pisar areia quando Van Wolfswinkel arrancou. Entre o carrinho do defesa e a mancha, o holandês acertou no peito do guarda-redes. Mas estava dado o mote para um derby intenso e equilibrado. Um minuto depois, mais um sinal do atrevimento leonino, com Capel a cair na área em luta com Maxi. Os leões reclamaram do choque, mas João Capela que não estava em noite para apitar a tudo o que mexia, apontou para o pontapé de baliza.

O Benfica cresceu a partir dos 20 minutos, mas ainda não o suficiente para dominar. Começou a assentar o seu futebol na esquerda, com um Gaitán em crescendo a passar do mau para o razoável (e no final para o muito bom), e ganhou cantos e livres desse lado. Matic cabeceou por cima aos 22 minutos após canto do argentino; Salvio rematou, com desvio, também alto aos 28; e três minutos antes do golo encarnado, os verde e brancos tiveram o canto do cisne. Excelente Martins a rodar e a deixar Enzo para trás, Capel a cruzar e Luisão a cortar, em cima de Wolfswinkel.

Veio então o 1-0. Muito bem Cardozo a fazer de pivot e a abrir na esquerda em Gaitán. O argentino cruzou rasteiro, Lima falhou a emenda, mas Salvio, com o pé esquerdo, bateu Patrício pela primeira vez. A Luz entrava em ebulição.

Na segunda parte, os encarnados assumiram que a bola era do Sporting e cabia-lhes espreitar o erro. Parecia um desafio aos deuses, com tanto o que estava em jogo. E, em dois momentos, os encarnados podiam ter pago caro. Aquele cabeceamento de Dier, aos 53, levava a direção do ângulo, mas Artur percebeu a intenção e cedeu canto. Mas, ainda mais dramático seria o cruzamento de Joãozinho logo a seguir, com a bola a passar perto do poste.
Mais uma vez, seria o melhor do Sporting, a anteceder o regresso do Benfica a perto da baliza de Patrício. E a confirmação do triunfo viria mesmo, depois das ameaças de Cardozo (59) e Garay (63), aos 75 minutos, numa jogada brilhante. Gaitán, no meio, conseguiu uma daquelas suas arrancadas. Combinou com Salvio e o compatriota devolveu-lhe a glória. O cruzamento apanhou Lima, sem marcação, para um remate de primeira. Estava feito! Com Capela a não quer apitar a quase nada, Viola podia cair dez vezes na área que nenhuma seria penalty. Mas aquela, aos 88 minutos parece, vista de longe. É que o Sporting merecia o golo de honra.

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