As cicatrizes são evidentes. Marcas de guerra, sinais de pelejas duras. Portugal e Holanda revêm-se no campo de batalha, seis anos após a histórica partida de Nuremberga. Histórica, sim: nunca, até hoje, outro jogo em Mundiais teve tantos cartões amarelos e vermelhos.
Batalha campal, ódios tribais, precipitações mútuas. Na altura, de tudo se aventou um pouco na tentativa de explicar o derramamento de violência. Costinha e Deco expulsos em Portugal, Bouhlarouz e Van Bronckhorst na Holanda.
Não restou ninguém de pé. O jogo chegou a ter contornos dramáticos, chocantes. Maniche fez o único golo da partida e colocou, então, Portugal nas meias-finais do Mundial-2006.
A reedição faz-se na Ucrânia. A relevância do duelo é semelhante. Quem perder está, à partida, fora da competição. É a batalha de Kharkiv, menos animosa e truculenta, deseja-se.
Boas memórias lusitanas
A Holanda é sinónimo de boas lembranças para Portugal. Foi em 2006 como tinha sido no Euro2004 e na qualificação para o Mundial de 2002. É preciso, aliás, recuar até 1991 para descobrirmos a primeira e única vitória laranja. Um golo de Witschge bateu Vítor Baía.
Portugal chega com três pontos, a Holanda com zero. A Seleção Nacional ainda sem descobrir o verdadeiro Cristiano Ronaldo nesta prova, a herdeira da laranja mecânica envolvida num ambiente interno complicadíssimo.
Equipas prováveis:
PORTUGAL: Rui Patrício; João Pereira, Pepe, Bruno Alves e Fábio Coentrão; João Moutinho, Miguel Veloso e Raul Meireles; Nani, Hélder Postiga e Cristiano Ronaldo.
HOLANDA: Stekelenburg; Van der Wiel, Mathijsen, Heitinga e Willems; De Jong; Van der Vaart e Sneijder; Robben, Huntelaar e Van Persie.
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