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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Benfica-V. Setúbal, 3-0 (crónica)

Benfica-V. Setúbal [Lusa]

A superioridade dos dois candidatos ao título sobre as restantes equipas é tão grande que o Benfica, por exemplo, já se dá ao luxo de ser uma equipa de humores. O jogo com o V. Setúbal mostra-o plenamente: os encarnados entraram bem no jogo, enérgicos, e marcaram logo aos quatro minutos.

Enzo Perez abriu então o marcador num excelente remate, poucos instantes depois de Rodrigo já ter obrigado Kieszek a grande defesa. Ora portanto o Benfica entrou eficaz no jogo e... aborreceu-se. Como se as coisas simples lhe trouxessem enfado, afastou-se do jogo e tornou-se até sobranceiro.

Sobranceiro e, como todos os sobranceiros, amorfo.

Perdeu velocidade nas saídas para o ataque e colecionou uma série de perdas de bola a meio campo. Daquelas que em outros tempos o envergonhariam. Verdadeiramente só esteve perto de marcar num instante de inspiração de Salvio, que lançou Maxi para um passe que Rodrigo falhou frente à baliza.

Ora o V. Setúbal, que se apresentou na Luz com três derrotas seguidas e à média de três golos por cada uma delas, o V. Setúbal, dizia-se, acreditou ser melhor do que o penúltimo lugar indica. Sem alterar a estratégia depois do golo madrugador de Enzo Perez, foi acreditando cada vez mais.

Fechado na defesa e com saídas rápidas para o ataque através dos extremos, conseguiu entrar algumas vezes com perigo na área encarnada. Ameaçou aliás empatar numa excelente oportunidade que Jorginho desperdiçou na carreira de tiro. O Estádio da Luz, claro, foi ficando mais inquieto.

E o que é que o Benfica fez? Nada. As saídas para o ataque continuaram a ser denunciadas e parecia que não havia linhas de passe eficazes. Nessa altura foi impossível não pensar em Cardozo, e na forma como ele facilita as transições com aqueles movimentos de encostar à linha e abrir a equipa.

Mas, que raio!, era só o V. Setúbal e o Benfica não haveria de ser tão frágil que precisasse de Cardozo para setenciar o jogo com o V. Setúbal em casa. Não precisava, claro. Precisava apenas de querer. Ora o intervalo fez bem à equipa e o querer apareceu logo no início da segunda parte.

Apareceu empurrado por Lima, ele que em menos de dez minutos acabou com o jogo: primeiro recebeu um passe de Luisão e marcou perante Kieszek, depois combinou com Rodrigo para assistir o colega para o terceiro golo. O Benfica largara a sobranceria e em dez minutos resolveu o jogo.

O que serve para voltar ao início da crónica e sublinhar que este foi um jogo humores: bastou no fundo aos encarnados duas fases breves de apetite para saciar o apetite de quase 40 mil adeptos e enfim mostrar que não se deixa intimidar pela demonstração de força do F.C. Porto na véspera.

A luta pelo título continua.

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