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domingo, 16 de dezembro de 2012

Benfica-Marítimo, 4-1 (crónica)

Benfica vs Maritimo (MANUEL DE ALMEIDA / LUSA)
A Luz fechou o ano na Liga com um daqueles filmes de ação, em que existe um herói e um vilão e já toda a gente sabe como acaba. O meio, a ação em si, diga-se, é que pode ser diferente. Cardozo foi o herói da vitória encarnada sobre o Marítimo. Já perto de aparecer o The End, o protagonista mascarado de Tacuara teve direito a celebração pelos cem golos no campeonato.

Como em qualquer bom argumento, o jogo começou com a vida normal do protagonista. O Benfica entrou muito bem em campo, jogava com tranquilidade e pressionava o Marítimo. No entanto, era mesmo uma normalidade, porque apesar de tanto jogo ofensivo, a verdade é que grandes ocasiões aconteceram de forma espaçada: uma aos 15, com Cardozo a servir Lima; outra aos 23, com Lima a servir Cardozo.

Deixar as pipocas e roer as unhas

Até que chegou o momento que mudou o jogo e prendeu o país futebolístico à televisão, para viver o filme em suspense. Uma bola parada deu a Rodrigo António hipótese de ser o vilão dos adeptos encarnados. O 1-0 aconteceu na primeira vez que os madeirenses chegaram à baliza. A Luz deixava as pipocas de lado e começava a roer unhas.

Só que este Benfica respira saúde, como disse o treinador do Marítimo. Com o mesmo onze que começou a perder com o Sporting e que venceu 3-1 em Alvalade, o Benfica ameaçou logo de seguida a baliza de Ricardo. André Gomes deixou Cardozo na cara do golo, apenas para o paraguaio adiar o empate com um remate que o guarda-redes dedendeu. Uma questão de minutos, porque o paraguaio fez mesmo o 1-1 antes do primeiro tempo acabar e começou a inverter a ação na Luz. Um golo de cabeça, junto à linha de baliza, para dar início à corrida ao golo 100. Até final da primeira parte, um lance de Sami ao lado e outro de Melgarejo correspondeu a mais uma luta entre as duas forças em questão na película.

Penalty, expulsão e Cardozo

João Diogo perseguia Ola John pelo flanco esquerdo, naquela velocidade furiosa que o holandês emprega quando tem a bola colada ao pé. Melgarejo era o ajudante de serviço e, para a segunda parte, André Gomes saía com amarelo, mas voltava o pensamento de Enzo Pérez. Lima ameaçava de cabeça e Salvio com o pé, até que Cardozo surgiu para deixar a Luz em sossego.

O árbitro viu mão de Roberge (a bola toca-lhe, mas o francês parece fazer tudo para tirar o braço) e o Tacuara lá olhou nos olhos de Ricardo da marca de penalty. Atirou a contar para a ação final, aquela em que os heróis destroem tudo o que à volta, mas ninguém paerece importar-se com isso, porque o que importa é chegar ao fim vivo e levar a miúda para casa.

Com menos um do Marítimo, previa-se que mais golos poderiam vir do lado encarnado. Cardozo estava a um golo do centésimo no campeonato e não o adiou para 2013. Uma bola perdida na área vai quase sempre ter com o paraguaio. Nos filmes, isso corresponde àquele salto longo entre prédios que é impossível para toda a gente menos para um. Ora, com a atração da bola pelo paraguaio, o Benfica resolveu tudo com o hat-trick do Tacuara, numa noite em que houve papéis secundários importantes, como Ola John e Lima e, sobretudo, Matic.

Os créditos finais não passaram sem antes Rodrigo quebrar o jejum de golos. A passe de Melgarejo, o espanhol fechou o resultado nos 4-1. Até aí Cardozo foi feliz, foi ele quem deu o lugar para Rodrigo marcar.

O Benfica fecha 2012 na frente do campeonato. É certo que a liderança isolada pode ser mera ilusão de calendário. Mas uma liderança que os encarnados não quiseram adiar, a exibição assim o comprovou.

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