E, de repente, tudo faz sentido. Ver Cristiano Ronaldo a decidir faz sentido, ver João Moutinho a ser maior do que nunca faz sentido, ver Portugal nas meias-finais do Euro2012 faz sentido.
E, de repente, tudo encaixa nesta equipa. A solidez dos centrais atrai Miguel Veloso para o lado bom da vida. A tenacidade de Fábio Coentrão compensa o desinteresse de Ronaldo pelas obrigações defensivas. A genialidade de Nani é o ombro amigo da rudeza útil de João Pereira.
A teoria do medo e da desconfiança, regente após a derrota diante da Alemanha, foi estilhaçada em três atos. Portugal cresceu, não abdicou dos seus ideais, manteve-se fiel ao perfil sério do treinador e está, caros amigos, entre os quatro melhores do Europeu.
Sofrer faz bem a esta equipa. Persistir é uma obsessão, acreditar é uma obrigação. Doutrina admirável, consequência lógica da estratégia firmada e reafirmada pelo homem do leme. E, depois, pormenor nada despiciendo, há um senhor chamado Cristiano Ronaldo determinado a encarnar o papel de herói.
Por nós, nada a opor. Vemo-nos em Donetsk!
Perfeição? Não. Ainda não. Os primeiros 30 minutos, comecemos por aí, foram confusos e dispensáveis.
Como se o filme tivesse uma prequela criada somente a pensar no merchandising. Como se Portugal não estivesse minimamente interessado em jogar aquele estilo de jogo sensaborão, aborrecido, condenado ao caos de um meio-campo de lotação esgotada.
Só nessa fase do jogo a Rep. Checa, equipa demasiado curta para estas andanças, ensaiou uma outra fuga pela direita. Sem perigo, sem sobressaltar, mas a funcionarem como aviso à navegação.
A sirene terá acionado os corações desejosos dos portugueses. Daí para a frente, sejamos objetivos, só uma equipa quis jogar, ganhar e chegar mais longe.
Ronaldo reclamou a luz dos holofotes, piscou o olho ao golo numa bicicleta fortíssima, atirou duas vezes ao poste, foi super-homem e máquina de competição, foi o cabeça de ouro já na reta final do desafio.
A segunda parte de Portugal é fantástica. Sublinhe-se o adjectivo. Raras vezes nesta prova se encontra uma equipa tão dominadora perante a outra. Portugal foi um opressor duríssimo, um Maquiavel empenhado em espezinhar toda e qualquer revolta, por inofensiva que fosse.
O avançar do tempo, naturalmente, sugeria o adiar da resolução, mas a Seleção não o quis. Carregou por um lado, tentou pelo outro, até ao lance deflagrador de toda a paixão. A movimentação de João Moutinho é exemplar, o cruzamento certeiro e a finalização de Cristiano Ronaldo digna de louvores.
A lamentar há a lesão de Hélder Postiga no primeiro tempo. O problema é muscular e pode afastá-lo da prova. Hugo Almeida entrou bem e pode ter agarrado o lugar.
Seja como for, o essencial é o seguinte: esta Seleção Nacional já faz sentido.
Neste mundo ideal, todos são bem-vindos. Até a Espanha ou a França.
E, de repente, tudo encaixa nesta equipa. A solidez dos centrais atrai Miguel Veloso para o lado bom da vida. A tenacidade de Fábio Coentrão compensa o desinteresse de Ronaldo pelas obrigações defensivas. A genialidade de Nani é o ombro amigo da rudeza útil de João Pereira.
A teoria do medo e da desconfiança, regente após a derrota diante da Alemanha, foi estilhaçada em três atos. Portugal cresceu, não abdicou dos seus ideais, manteve-se fiel ao perfil sério do treinador e está, caros amigos, entre os quatro melhores do Europeu.
Sofrer faz bem a esta equipa. Persistir é uma obsessão, acreditar é uma obrigação. Doutrina admirável, consequência lógica da estratégia firmada e reafirmada pelo homem do leme. E, depois, pormenor nada despiciendo, há um senhor chamado Cristiano Ronaldo determinado a encarnar o papel de herói.
Por nós, nada a opor. Vemo-nos em Donetsk!
Perfeição? Não. Ainda não. Os primeiros 30 minutos, comecemos por aí, foram confusos e dispensáveis.
Como se o filme tivesse uma prequela criada somente a pensar no merchandising. Como se Portugal não estivesse minimamente interessado em jogar aquele estilo de jogo sensaborão, aborrecido, condenado ao caos de um meio-campo de lotação esgotada.
Só nessa fase do jogo a Rep. Checa, equipa demasiado curta para estas andanças, ensaiou uma outra fuga pela direita. Sem perigo, sem sobressaltar, mas a funcionarem como aviso à navegação.
A sirene terá acionado os corações desejosos dos portugueses. Daí para a frente, sejamos objetivos, só uma equipa quis jogar, ganhar e chegar mais longe.
Ronaldo reclamou a luz dos holofotes, piscou o olho ao golo numa bicicleta fortíssima, atirou duas vezes ao poste, foi super-homem e máquina de competição, foi o cabeça de ouro já na reta final do desafio.
A segunda parte de Portugal é fantástica. Sublinhe-se o adjectivo. Raras vezes nesta prova se encontra uma equipa tão dominadora perante a outra. Portugal foi um opressor duríssimo, um Maquiavel empenhado em espezinhar toda e qualquer revolta, por inofensiva que fosse.
O avançar do tempo, naturalmente, sugeria o adiar da resolução, mas a Seleção não o quis. Carregou por um lado, tentou pelo outro, até ao lance deflagrador de toda a paixão. A movimentação de João Moutinho é exemplar, o cruzamento certeiro e a finalização de Cristiano Ronaldo digna de louvores.
A lamentar há a lesão de Hélder Postiga no primeiro tempo. O problema é muscular e pode afastá-lo da prova. Hugo Almeida entrou bem e pode ter agarrado o lugar.
Seja como for, o essencial é o seguinte: esta Seleção Nacional já faz sentido.
Neste mundo ideal, todos são bem-vindos. Até a Espanha ou a França.
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