As águias estiveram na iminência de perder o seu goleador, mas a novela iniciada a 26 de maio, na final da Taça de Portugal, na sequência do incidente com o técnico Jorge Jesus, conheceu ponto final a 26 de agosto, precisamente três meses depois, quando o jogador foi reintegrado no plantel principal, depois de alguns dias a trabalhar à parte no Seixal, para recuperar algum do tempo perdido, em termos físicos. E o parágrafo veio logo a seguir, a 31 de agosto, no derby de Alvalade, quando foi lançado em campo aos 50 minutos.
Desde então já passou mais de uma semana, e quando o Benfica entrar em campo para defrontar o Paços de Ferreira, no sábado, completam-se 15 dias desde o regresso do Tacuara aos relvados. Ou seja, a paragem competitiva, para os compromissos das seleções, revelou-se fundamental para reunir todas as condições necessárias para dar a Cardozo o que é de Cardozo: o estatuto de titular indiscutível e grande referência atacante da equipa. Mais: tudo leva a crer que tal aconteça já frente aos castores, com os adeptos encarnados presentes na Luz a terem oportunidade de assinalar o regresso a casa do jogador.
Se dúvidas ainda existissem quanto ao futuro de Cardozo, mesmo depois de reintegrado e utilizado em Alvalade, o encerramento do mercado de transferências colocou definitivamente uma pedra sobre o assunto, permitindo ao jogador a paz de espírito suficiente para mudar o chip e mentalizar-se que o presente é o Benfica, mesmo depois de um processo longo e desgastante que levava a crer que nada poderia ser como antes se Cardozo ficasse no clube. De cabeça limpa e bem melhor do ponto de vista físico, face ao trabalho que tem desenvolvido, o internacional paraguaio está pronto para fazer o que melhor sabe: golos.
Outro ponto importante da equação prendia-se com Jorge Jesus, ou melhor, com a relação entre Jorge Jesus e Cardozo. Inicialmente determinado em não voltar a trabalhar com o ponta de lança, o técnico de 59 anos também acabou por, com o tempo e a permanência do jogador, mudar o chip, na defesa do interesse coletivo.
Não só aceitou de volta Cardozo, como promoveu mesmo o regresso do jogador à equipa, frente ao Sporting, uma semana depois da reintegração. Sinal evidente de que o que lá vai lá vai e que a relação treinador/jogador está normalizada, quiçá até fortalecida com o tempo de trabalho entretanto decorrido.
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