Além de Matic, que estava castigado, Jesus poupou ainda Maxi Pereira, Enzo Pérez, Salvio e Lima para a receção ao Gil Vicente, procurando manter a mesma dinâmica com Roderick no lugar do sérvio, André Almeida sobre a direita, Carlos Martins no meio e Rodrigo ao lado de Cardozo. O Benfica tentou assumir desde logo as rédeas do jogo, mas cedo encontrou dificuldades diante de um Bordéus que defendia a toda a largura do terreno, com duas linhas bem separadas, com Sertic ao meio, a estabelecer equilíbrios. Os girondinos exerciam pressão logo na fase de construção, obrigando o Benfica a cometer erros e a encontrar muitos obstáculos para chegar à área de Carrasso.
O ritmo lento também dificultava a progressão do Benfica que procurava abrir o jogo, com Ola John, inicialmente sobre a direita, e Gaitán, no lado contrário, a obrigarem os franceses a esticar as linhas até ao limite. Os franceses pareciam ter o jogo controlado, mas na primeira vez que o Benfica imprimiu velocidade, aos vinte minutos, chegou ao golo. Tudo bem feito. Cruzamento de Melgarejo da esquerda, Ola John amorteceu na área para o remate de Rodrigo. A bola ainda foi à trave, mas bateu nas costas de Carrasso e cumpriu o destino pedido pelo avançado na véspera, no dia em que completou 22 anos.
O golo animou a equipa de Jesus que podia ter voltado a marcar logo a seguir, num remate de Cardozo. O Bordéus perdeu o norte por alguns minutos, mas o Benfica, com o jogo perfeitamente controlado, foi permitindo que o ritmo voltasse a cair de forma avassaladora, ao ponto de permitir que os franceses voltassem a entrar no jogo. A última palavra, antes do intervalo, foi de Obraniak, que obrigou Artur a defender com os punhos. Uma primeira parte que ficou a pedir muito mais. Tirando o lance vistoso do golo, as equipas pouco mais ofereceram aos adeptos.
Não pode ser pior, ou pode?
Mas o início da segunda parte não foi melhor, pelo contrário. A juntar ao ritmo lento, que não mudou, o Benfica embrulhou-se numa série de erros, perdeu muitas bolas e viu cartões de forma desnecessária. A má qualidade do jogo levou a que se ouvissem assobios das bancadas como há muito não se ouviam. O Bordéus, apesar de mais organizado, continuava inofensivo, mas o Benfica também parecia ter esgotado toda a sua ambição no golo de Rodrigo. Jorge Jesus não podia gostar do que estava a ver e procurou agitar o jogo, lançando, de uma assentada, Enzo Pérez e Salvio, abdicando de Carlos Martins e Cardozo.
Jesus procurava velocidade e Melgarejo foi o primeiro a carregar no acelerador, com uma arrancada e cruzamento que por pouco não resultou no segundo golo, com Rodrigo a chegar atrasado à chamada, mas logo a seguir o Benfica voltou a patinar. O Bordéus não arriscava nada, limitava-se a tentar tirar proveito dos erros do Benfica. O problema é que estes, sem grande pressão, era muitos e o jogo seguia, assim repartido. Jesus ainda lançou Lima, mas nem o brasileiro conseguiu inverter o rumo do jogo e voltaram a ouvir-se assobios na Luz. Há muito tempo que os adeptos não assistiam a uma exibição tão desgarrada.
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